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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Notícias da Semana 31/08/2009

QUEREMOS DIVIDIR O BRASIL?



"Cada homem é uma raça." A frase, título de um livro do escritor moçambicano Mia Couto, sintetiza a ideia de que cada individuo tem sua história, seu repertório cultural, seus desejos, suas preferências pessoais e, é claro, uma aparência física própria que, no conjunto, fazem dele um ser único. Rótulos raciais são, portanto, arbitrários e injustos.[...] As atuais políticas de cotas para universidades derivam dos mesmos pressupostos clássicos sobre raça que embasaram, num passado não tão distante, a segregação oficial de negros e outros grupos. A diferença é que, agora, esse velho pensamento assume o nome de multiculturalismo – a ideia de que uma nação é uma colcha de retalhos de etnias que formam um conjunto, mas não se misturam. É o racismo com nova pele.

Autor de UMA GOTA DE SANGUE, Demétrio Magnoli descreve como duas visões de mundo opostos. A primeira crê numa espécie humana dividida em raças que se distinguem por ancestralidades diferentes, expressas em traçois físicos e culturais, chamados de racialistas. A segunda visão, antirracialista, nega a separação da humanidade em categorias inventadas e acredita no princípio de igualdade entre as pessoas, Personalidades como Nelson Mandela, Frederick Douglas e Martin Luther King estão como antirracialistas, já Theodore Rooselvelt, Adolf Hitler e Malcom X estão entre os racialistas.

O candidato que à universidade, que é "afrodescendente", têm de escrever em sua redação sobre " a experiência com negro". A bióloga Mariama da Silva, 26 anos, de São Paulo, abordou esse tema e ganhou a bolsa; e a veterinária Sabynne Regis, 35 anos, de Salvador, não abordou a questão racial, resultado: não ganhou a bolsa.

"Em 1995, enquanto um branco recebia um sálario de 1000 reais, um negro na mesma função recebia 470 reais. Agora, recebe 540 reais.

Em média, os negros só concluíam a 4ª série do ensino fundamental. Agora, chegam a cursar a 6ª série.

7 em cada 100 negros eram analfabetos. Agora, esse número é de 1,8 em cada 100, uma melhora de 74%. Entre os brancos, 2,5 de cada 100 eram analfabetos em 1995. Agora, esse número é de 1 em cada 100, uma melhora de 60%."

"Adotar políticas raciais, agora, significaria criar no Brasil uma minoria com privilégios. Em democracias, a existência de minorias com tratamento especial quase sempre resulta em encrenca."



Fonte: Veja. 2 de setembro, 2009. São Paulo.pág. 88 à 94.

(GRUPO NOTÍCIAS: Bruna, Carol, Robert, Estefane e Danilo)

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